sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fissuras labiopalatais

imagem : Blog Ciência Xereta


Outro dia uma aluna comentou comigo que seu filho caçula tinha fissura labio palatal e que iria ser submetido a uma palatoplastia. Então, me lembrei dos anos que passei fazendo especialização no HRAC-USP, conhecido como Centrinho, em Bauru-SP.
Fissuras labiopalatais são malformações congênitas que acontecem no período embrionário e início do período fetal ( quarta e décima segunda semana de gestação), o que acarreta sequelas que acompanham o portador por toda sua vida. Constitui na falta ou deficiência na fusão dos processos maxilares e nasal e/ou palatinos. Ocorrem numa frequência de 1 para cada 650 nascimentos.
Sua causa está ligada a fatores genéticos e ambientais como álcool, tabagismo,doença materna (rubéola, diabetes, hipertensão, convulsão), medicamentos (fenotoína), drogas, exposição à radiação, poluição, produtos químicos( Brito, L.A. et al., 2009).

Existem várias classificações das fissuras, mas a usada pelo HRAC-USP é a de SPINA et al. (1972) modificada, a qual tem como ponto anatômico de referência o forame incisivo, separando o palato primário do secundário.Compreende quatro grupos :
  1. Fissura pré-forame incisivo : quando atinge apenas o lábio. Pode ser bilateral ou unilateral, completa ou incompleta.
  2. Fissura transforame incisivo : quando atinge lábio, rebordo alveolar e palato. Podem ser unilateral ou bilateral.
  3. Fissura pós-forame incisivo : quando atinge palato, úvula, geralmente medianas. Podem ser completa e incompleta.
  4. Fissuras raras da face.
O tratamento das fissuras é interdisciplinar envolvendo tanto médicos como dentistas, fonoaudiólogos, nutricionistas, enfermeiros. Cada procedimento é planejado de acordo com o tipo de fissura. A queiloplastia ou labioplastia pode ser realizada a partir do terceiro mês. A palatoplastia, que é o caso do filho da minha aluna é indicada a partir do décimo oitavo mês.

Referências bibliográficas :
  • CAPELOZZA FILHO, L., SILVA FILHO, O. G.Fissuras lábio palatais.In: PETRELLI. (Coord.) Ortodontia para fonoaudiologia, Curitiba, 1992, p. 195-239.
  • SPINA, V. et al. Classificação das fissuras lábio palatinas : sugestão de modificação. Rev. Hosp. Fac. Med. S.Paulo, v.27, n.1, p.5-6,1972
  • SILVA FILHO, O. G. et al. Classificação das fissuras lábio palatais : breve histórico, considerações clínicas e sugestão de modificação. Rev. bras. Cirurg., v.82, n.2, p. 59-65, 1992

6 comentários:

  1. Sou apaixonado por esse tema. Há 4 anos passei uma semana em Bauru, em uma jornada sobre o assunto. O que me despertou interesse? Meu pai nasceu fissurado e nunca tive absolutamente nada sobre o assunto, nem na faculdade e nem na especialização!

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  2. Tio Dentista,
    Deveria ter uma abordagem sobre este assunto nas faculdades. Só fui me aprofundar quando fiz minha especialização no HRAC-USP.
    bjssssssssssss

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  3. no hospital do fundão (UFRJ) eles fazem cirurgia de labio palatino gratuita...mas tem época de se inscrever...acho q esse ano é até 06/08.


    Um ótimo fim de semana para você!!!!

    /(,")\\
    ./_\\. Beijossssssssss
    _| |_................

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  4. Oi Kellen,
    Ainda bem que descobriram uma forma de resolver este problema. Já vi adultos com essa fissura. Imagino que essas pessoas sofriam muito em razão da discriminação e por não ser nada bonito é verdade.
    Sua postagem foi muito esclarecedora e devería ser amplamente divulgada.
    Parabéns!
    Bjj

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  5. Kellen,gostei de seu post,pois agora entendo melhor sobre a origem desses problemas labiais.Só que agora Graças a Deus tem correção cirpurgica,beijos.

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  6. gostei muito,eu tinha varias duvidas ..mas agora foi esclarecido...bjs

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