Anquiloglossia

Dias atrás, uma amiga comentou que seu filho de 8 anos, estava sob tratamento fonoaudiológico há um ano e meio e não estava vendo resultado. Ele continuava trocando algumas letras e não conseguia pronunciar corretamente algumas palavras. Diante desta situação, questionei se ele conseguia movimentar a língua, suspeitando de uma anquiloglossia ( a famosa "língua presa").
No dia seguinte ela me procurou dizendo que ele mal conseguia tocar o palato ("céu da boca"), com a ponta da língua, e tinha dificuldade de colocá-la para fora. Então, sugeri que fizesse uma avaliação com um dentista especialista em cirurgia bucomaxilofacial. E indiquei uma dentista de minha confiança.
No dia marcado para a avaliação eu os acompanhei e realmente notamos que se tratava de um caso de anquiloglossia ("língua presa") e o tratamento indicado foi o cirúrgico (frenectomia ou frenulectomia lingual). Mas, para fechar este diagnóstico a bucomaxilo solicitou uma avaliação psicopedagógica e fonoaudiológica.
A anquiloglossia acontece quando o freio lingual, que é aquela prega que insere a língua ao assoalho da boca, se insere de forma anormal, alterando ou não as funções da língua. E a frenectomia ou frenulectomia lingual é uma cirurgia muito simples, feita em consultório odontológico, com anestesia local, que consiste na remoção do freio lingual e suas inserções musculares.
Depois da cirurgia é indicado tratamento fonoaudiológico para que o paciente restabeleça o tônus lingual e a fonética. É um trabalho multidisciplinar.

Diferentes tipos de aparelhos de RX panorâmico

Na minha especialização em Radiologia Odontológica no HRAC-USP, tínhamos à disposição 3 tipos de aparelho de RX panorâmico : Rotograph plus, Panoura 10 (Yoshida) e um Panex.
imagem: Rotograph plus

imagem : Panoura 10, Yoshida (goodxrays.com)


Cada um com suas características e peculiaridades, tipo de chassis, mas, mesma técnica para RX panorâmico. Cada um dos residentes da minha turma, tinha uma preferência, mas eu, particularmente, não tinha uma preferência. Observei que dependendo do tipo físico do paciente, o posicionamento era mais fácil em um aparelho que em outro.

Depois que concluí minha especialização, fui trabalhar numa clínica em São Paulo que tinha dois tipos de aparelho : um Panoura 10 (Yoshida) e um Tome Ceph X-Mind (Soredex). Quando vi o Panoura, me senti em casa. Afinal, foram dois anos trabalhando com este aparelho no HRAC, em Bauru. Mas, o Soredex, que também é tomógrafo, era um espetáculo. Fácil de posicionar o paciente e além de produzir belas imagens, só faltava falar. Salve a tecnologia!!! Depois de algum tempo o Panoura da clínica foi substituído por um Gendex Orthoralix 9000. Confesso que entre o Gendex e o Panoura, sou muito mais o Panoura. Foi uma pena esta substituição.
imagem : Soredex Tome Ceph

imagem : Gendex Orthoralix 9000


Em Curitiba, na primeira clínica que trabalhei tinha um Panoura. Depois em outra clínica trabalhei com um Funk Orbital X-15, bem antigo. E mais recentemente, um HF 100, da Dabi Atlante.

imagem: HF100, Dabi Atlante

Todos estes aparelhos que citei produzem ótimas imagens. O que levo em consideração sempre, além da qualidade da imagem é a facilidade de posicionamento do paciente e o acesso à assistência técnica. Pois, não adianta produzir belas imagens, se quando preciso de manutenção, não encontro em minha cidade. Acabo perdendo dinheiro com o equipamento parado, sem poder trabalhar.

Luana chegou!!!!

Ontem quando eu estava voltando da clínica, recebi o telefonema da minha tia Jô, dizendo que a Cris, minha prima estava na maternidade e que a Luana iria nascer. Senti sua voz aflita, nervosa, trêmula. Também pudera, a Cris estava no sétimo mês de gestação e a Luana estava programada para nascer em novembro. Corri até a autoescola e o Ander me levou ao hospital. Segundo entendi houve uma obstrução no vaso que leva nutrição e oxigênio à bebê. É como se um rio tentasse passar por um canudinho. Então, o médico resolveu antecipar o nascimento da Luana.
Fiquei no hospital das 17:30hs até às 22hs. O parto estava programado para às 20:30hs, mas quando fui embora ainda não tinha acontecido. Em casa eu não conseguia parar de pensar na Cris, no Cleverson (marido da Cris) e na Luana. Fiz minhas orações e procurei ligar para minha tia numa tentativa de me manter informada. Quando liguei às 23:30hs, veio a notícia mais esperada...a Luana nasceu!!!! E mãe e filha passam bem. Graças a Deus!!!!!
Que essa garotinha seja muito forte, assim como minha prima Cris...Tenha muita saúde e seja muito bem vinda na nossa família. Tenho certeza que já está nos trazendo muitas alegrias!!!!
TE AMAMOS LUANA!!!!!!

Boca a boca

A propaganda boca a boca é uma coisa impressionante. Quem nunca recebeu em seu consultório, ou clínica, ou escritório, ou comércio uma pessoa indicada por alguém? Tive um professor de ética na faculdade que dizia: "quando um paciente saí de seu consultório insatisfeito, ele conta para umas 15 pessoas, mas quando saí satisfeito ele conta para 5. " É bem verdade isso!
Como trabalho com Radiologia, os pacientes chegam até mim por indicação de outros dentistas, mas de vez em quando me surpreendo com algum paciente que veio por indicação de outro paciente, que tenha feito um panorâmica ou uma documentação ortodôntica comigo. Geralmente eles dizem assim : "Dra.! Meu dentista indicou outra clínica, mas meu amigo ( ou vizinho, ou colega de trabalho), fez aqui com você, então resolvi vir."
Propaganda boca a boca, muito bem vinda! Sinal de que nosso trabalho foi bem realizado !

Selo

Recebi este selo do amigo Marcelo do blog Abrazar la vida. E indico a todos os blogs que acompanho.
Bjs e bom fim de semana a todos!!!

"O último que põe a mão...."

Sempre ouvi falar que "O último que põe a mão é o culpado!", então procurei evitar mexer em casos em que o paciente não tinha a consciência da necessidade de um retratamento.
Quando me formei uma das minhas paixões, além da Radiologia era a Cirurgia. Principalmente, cirurgia de terceiros molares. Endodontia nunca gostei, desde que me formei não fiz nenhum tratamento endodôntico. Então, nunca precisei retratar um canal. Mas, uma vez me aconteceu uma situação inusitada...
Terminei de atender às 18hs e resolvi pegar um cineminha. Entrei na sala do cinema e imediatamente desliguei meu celular. Assisti ao filme e quando saí liguei meu celular. Mal liguei e meu telefone tocou. Era uma colega, também dentista, com uma voz nada feliz, dizendo : "Kellen, por onde você andou nestas últimas duas horas? Te ligamos várias vezes. Eu e mais uma amiga dentista fomos fazer uma cirurgia de terceiro molar e não conseguimos extrair o dente." Imaginem minha cara de espanto! "Mandamos o paciente embora e marcamos para amanhã cedo. Você pode vir extrair o dente?" Eu, meio tonta disse que iria...
Na manhã seguinte eu estava lá. Mas a frase não me saía da cabeça: "O último que põe a mão é o culpado!". Me paramentei e a primeira coisa que fiz foi radiografar. Resolvi não por a "mão na massa", fiquei apenas orientando , mostrando o caminho. Até mesmo para que o paciente sinta firmeza naquela colega. Dente extraído, fui embora. Concluí que foi melhor assim. Imagine se desse alguma complicação...o paciente nem iria se lembrar de quem pois a mão primeiro, mas sim de quem terminou.

Companhia indesejável

Há uns dois anos, pelo menos uma vez por semana tenho tido uma dor na coluna cervical. É uma dor muito chata. Digo que se trata de uma companhia indesejável! Não aguentando mais esta companhia, resolvi procurar um ortopedista.
Fiz alguns exames, inclusive radiográficos e o diagnóstico foi má-postura. Vá agora com 34 anos aprender a sentar, andar direito! Difícil! O médico me orientou, principalmente sobre minha postura no trabalho. Minha mesa do computador, onde passo a maior parte do tempo, precisa ser planejada, sob medida e devo parar a cada 20 minutos para fazer exercícios de alongamento. Fala sério! Mesa sob medida ainda vai, mas parar a cada 20 minutos para fazer exercício...não sei não! Imagine eu, no meio de um laudo de radiografia panorâmica, descrevendo uma lesão, parar para transformar minha sala numa sala de ginástica!!!! Um, dois, alonga a coluna, três, quatro! Nossa, como era mesmo radiopaca aquela lesão.... kkkkk. Orientou-me sobre a postura para dormir, posição lateral, com um travesseiro entre as pernas e pediu para trocar o travesseiro por um de viscoelástico. Sobre a maneira de sentar, evitar cruzar as pernas e sempre encostar as costas. Para quando eu sentir dores, receitou-me um relaxante muscular potente. Que dá sono, então de dia, no trabalho, tomar metade do comprimido.
Espero que eu consiga um dia seguir as recomendações médicas. Mas confesso que muita coisa acho que fica difícil... Mudar velhos hábitos não é nada fácil! Acredito que muitos colegas dentistas tenham algum tipo de problema devido a postura de trabalho. E pessoas que trabalham com movimentos repetitivos também. Vou tentar! Quero muito me livrar desta companhia indesejável!

Livro : Anjos e Demônios - Dan Brown

Terminei hoje de ler o livro Anjos e Demônios, do autor Dan Brown. Eu ainda não assisti ao filme, mas sabia que o personagem Robert Langdon é interpretado pelo ator Tom Hanks e então, por muitas vezes em cada capítulo imaginei a cena...Gostei muito do jeito do Dan Brown escrever. Um misto de suspense, que me fazia querer ler ainda mais, com aula de história da arte, repleto de descrições de obras clássicas de grandes artistas, gênios. Completando com um final incrível, surpreendente!!!

Sinopse : Americanas.com
Antes de decifrar 'O Código Da Vinci', Robert Langdon, o famoso professor de simbologia de Harvard, vive sua primeira aventura em 'Anjos e Demônios', quando tenta impedir que uma antiga sociedade secreta destrua a Cidade do Vaticano. Às vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa, Langdon é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado em um grande centro de pesquisas na Suíça. Ele descobre indícios de algo inimaginável - a assinatura macabra no corpo da vítima - um ambigrama que pode ser lido tanto de cabeça para cima quanto de cabeça para baixo - é dos Illuminati, uma poderosa fraternidade considerada extinta há quatrocentos anos. A antiga sociedade ressurgiu disposta a levar a cabo a lendária vingança contra a Igreja Católica, seu inimigo mais odiado. De posse de uma nova arma devastadora, roubada do centro de pesquisas, ela ameaça explodir a Cidade do Vaticano e matar os quatro cardeais mais cotados para a sucessão papal. Correndo contra o tempo, Langdon voa para Roma junto com Vittoria Vetra, uma bela cientista italiana. Numa caçada frenética por criptas, igrejas e catedrais, os dois desvendam enigmas e seguem uma trilha que pode levar ao covil dos Illuminati - um refúgio secreto onde está a única esperança de salvação da Igreja nesta guerra entre ciência e religião.

Agora vou procurar o filme em dvd!

Momento de reflexão...

Imagem : guiageo-parana

Olá turminha! Andei sumida aqui do blog esses dias, mas agora estou de volta. Aproveitei o feriado de 7 de setembro e fui visitar meus pais em Paranavaí (494 km de Curitiba). Voltei dia 09 e fiquei resolvendo uns assuntos profissionais. Acabei não tendo tempo de escrever aqui.
Esses dias em que estive ausente foram bons para refletir um pouco sobre minha vida pessoal e profissional. Sobretudo, refleti sobre a importância da minha família na minha vida. Fazia exatamente um ano que estive em Paranavaí, pela última vez. Nossa! Muita coisa mudou...Rever a cidade em que nasci, meus pais, a casa onde morei até meus 16 anos foi muito bom. Foram momentos de nostalgia, mas também de muita alegria. Minha mãe como sempre muito alegre e brincalhona, meu pai não media esforços para nos ver bem. Sempre com um agrado.
Foi um feriadão maravilhoso! Pena que o dever nos chama e temos que voltar pra vida real...A parte ruim é a despedida. Ver a carinha dos meus pais em lágrimas, me deu aquele aperto no peito. Fazer o quê? Temos que seguir nosso caminho. Mas, com a certeza que jamais esquecerei aqueles momentos. No caminho de volta o Anderson me disse : "Estava tão bom lá....Pena que é tão longe! Senão poderíamos ir todo fim de semama!" Quem dera!!!!
A saudade ficou...minha família é tudo na minha vida!

Lembranças da faculdade

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Imagem : USC (Universidade do Sagrado Coração- Bauru-SP)

No último ano de faculdade, resolvi aproveitar minhas segundas-feiras à tarde que estavam livres, para participar do ambulatório de Cirurgia. No ambulatório, ficávamos auxiliando os professores em cirurgias na clínica da faculdade ou em Hospitais.

Numa segunda de manhã, estava eu atendendo em Clínica Integrada, quando um dos meus professores de cirurgia, chega e me avisa que eu iria auxiliar a equipe, numa cirurgia num Hospital em Jaú, uma cidade a 50 km de Bauru. Era para eu estar na frente da faculdade às 13hs, para pegarmos a estrada.

Não tive tempo de almoçar. Assim que acabou a clínica, comi um salgado na cantina e fiquei na frente da faculdade como combinado. Uma colega de turma, também foi comigo. Então, às 13 hs fomos a Jaú.

Chegando no hospital, me paramentei e entrei na sala de cirurgia. O paciente já estava no leito cirúrgico. Tratava-se de um caso de fratura de ângulo de mandíbula. O paciente estava bêbado, quando caíu e fraturou . Êh, o que a “marvada” não faz com uma pessoa!!!! kkkkkk

A cirurgia começou às 14:15hs. Fiquei afastando o local com dois afastadores. O acesso cirúrgico foi externo. Tudo corria bem até que minha colega começou com um ataque de tosse. Um dos meus professores, pediu pra que ela se retirasse. E eu continuei ali, imóvel, em pé, afastando durante horas, até que minha pressão foi caíndo…Minha vista começou a escurecer… Uma das enfermeiras viu que eu não estava bem e se aproximou com um banquinho. Eu só vi a cara de um dos meus professores, como se dissesse “Você não vai sentar agora!” Mas, eu o olhei com um olhar que dizia ” Vou sim!”. E sentei! Nesse momento tudo melhorou!!!!! Minha pressão foi voltando ao normal, minha visão também e consegui aguentar até o fim da cirurgia, que acabou às 19 hs.

No momento que passei mal, não vi que um dos meus professores registrou tudo em fotos. Só fiquei sabendo depois que ele começou a exibí-las nas aulas de Traumatologia. Ninguém merece! Eu devia ter cobrado cachê! E ainda dizia para os alunos “Essa aqui, é uma colega de vocês que não aguentou uma cirugiazinha de fratura de ângulo de mandíbula!” . Mereço? Aguentar 5 horas imóvel, em pé, sem se alimentar, ele queria o quê?